quarta-feira, 27 de maio de 2009

Oposição promete parar votações se não dividir comando da CPI

Por Eugênia Lopes
no Estadão

Em represália à decisão do governo de ficar com os dois postos de comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na Petrobrás e na Agência Nacional de Petróleo (ANP), o DEM e o PSDB resolveram ontem entrar em obstrução para tentar impedir a votação de propostas de interesse do Palácio do Planalto. A ideia dos oposicionistas é não deixar votar medidas provisórias como a que cria o Fundo Soberano e a que autoriza a União a emprestar R$ 100 bilhões ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ambas as MPs perdem validade já na segunda-feira. "Se eles (governistas) têm número para eleger o presidente e designar o relator da CPI da Petrobrás, nós vamos fazer valer nosso ponto de vista e entrar em obstrução", afirmou ontem o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN). "O entendimento era para que ficássemos com a presidência. Suspenderam o entendimento que estava viabilizado", disse Agripino, momentos após ser informado pelo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), de que a oposição não ficaria com o cargo. Mais tarde, depois de desistir de fazer um discurso no plenário do Senado, Renan confirmou que a oposição não ficaria com nenhum dos postos de comando. "Criar uma CPI é direito constitucional da minoria, mas quem vai ser o presidente é um processo da maioria", argumentou. A decisão de atropelar a oposição e deixar nas mãos de governistas a presidência e a relatoria da comissão foi tomada na segunda-feira depois de encontro de Renan com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O peemedebista era favorável a um acordo e argumentava que o governo não deveria "mexer com os brios da oposição". Leia mais aqui.

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