terça-feira, 17 de junho de 2008

O lulismo anestesiou o país

Lula é quase uma unanimidade no Brasil. Quase. Ainda bem que existem dois ou três que são contra. Todo mundo fala que Lula fez isso, fez aquilo, que nunca imaginavam que o operáriozinho conseguiria fazer o que fez. Dane-se se ele copiou o programa econômico que sempre criticou num passado não muito distante. Dane-se se ele permite que a roubalheira corra solta pelo país. Dane-se a roubalheira? Epa! Aí não! É errado político fazer caixa 2. É errado político corromper a justiça. É errado político roubar os cofres públicos. Mas Lula anestesiou o país. Muita gente não se importa se um sindicalista espertalhão tenta ganhar uma bufunfa no BNDES. Muita gente fala que corrupção sempre aconteceu no país. Quando as pessoas falam que a corrupção faz parte da história do Brasil fico pensando nos escândalos de corrupção dos governos anteriores. Imagine se Jader Barbalho, no meio do escândalo da Sudam em 2001, dissesse que a corrupção sempre aconteceu? Imagine se Fernando Collor de Melo, no auge da crise PC Farias em 1992, dissesse que a roubalheira que assola o país esta aí desde a chegada de Pedro Álvares Cabral? Com certeza veríamos os petistas fazendo barulho e batendo no peito afirmando que eles são éticos, os únicos éticos.
Mas o lulismo anestesiou o país. As denúncias de corrupção não têm mais o impacto que tinha antigamente. Antes, uma nota de jornal poderia fazer a UNE comandar um protesto. Hoje, cadê a UNE? Quem cobra dos políticos hoje são tachados de “golpistas” e outros adjetivos mais. Nem cobrar ética do petismo pode mais.
Os políticos lulistas vão roubando os cofres públicos, rasgando o discurso ético que tanto defendiam num passado não muito distante. A oposição não consegue se fortalecer e bater firme na falta de ética na política brasileira. Hoje muita gente fala em “denuncismo”. Foi-se o tempo em que denúncias pressionavam políticos a se explicarem para a população. O lulismo anestesiou o país, mas não tem problema. Ainda bem que existem dois ou três que são contra. São esses dois ou três que me confortam e me dão a certeza que o lulismo não é uma unanimidade.

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