sexta-feira, 2 de maio de 2008

"Sei menos do que a imprensa", diz deputado

Na Folha de São Paulo

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, disse ontem saber "menos do que os jornalistas" sobre a investigação da Polícia Federal que atribui a ele um plano para tentar atingir o prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP) e que detectou um suposto esquema para fraudar o BNDES."Eu pedi aos meus advogados para, assim que aparecesse meu nome nos jornais, eles fossem até a Polícia Federal. Infelizmente, não deram a eles o que deram a vocês. Tive de tirar fotografia das páginas, 39 no total. Nelas, o nome de Paulinho é citado uma vez e "PA" uma vez. Portanto, eu sei menos do que vocês sobre o caso."Essa foi uma das raras declarações de Paulinho sobre as investigações da Operação Santa Tereza, durante a festa da Força Sindical pelo 1º de Maio, na manhã de ontem, em São Paulo. Quase sempre, ao ser questionado pelos jornalistas, ele se negava a responder. "Não vou falar de coisas que eu não sei."Relatórios da PF entregues à Justiça descrevem as articulações de Paulinho para tramar "um escândalo" a fim de atingir Kassab, candidato à reeleição, e seu então secretário de Trabalho, Geraldo Vinholi -que deixou o cargo em 7 de março.A operação da PF começou, em dezembro passado, a investigar uma casa de prostituição na capital paulista e detectou um suposto esquema para desvio de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).Questionado sobre Kassab, Paulinho respondeu: "Essa é uma invenção da Folha de S.Paulo". A Folha teve acesso às cerca de 850 páginas que formam o inquérito e que corre sob segredo de Justiça.
Desagravo
O evento da Força acabou se transformando em um ato de desagravo ao deputado e presidente da Força Sindical.O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), foi o principal porta-voz da defesa de Paulinho: "O que há de fato até agora? Alguém ouviu falar de alguém que talvez seja o deputado Paulinho. Ouviu o quê? Qual é a prova? Temos que tomar cuidado para não virar um tribunal de inquisição, a gente, sem prova, sem documento, acusar pessoas. Por enquanto, é ilação. Tenho muito cuidado porque isso foi um processo da ditadura, dos regimes arbitrários". À tarde, no ato da CUT, disse: "Não é porque Paulinho é meu amigo, mas acho que, de qualquer forma, indícios são indícios, não são provas."Os deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Márcio França (PSB-SP) também afirmaram que não há provas contra Paulinho.

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