Seria interessante perguntarmos para os jornalistas goianos por que só a Folha de São Paulo noticiou que o governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, seria o próximo alvo da Polícia Federal na Operação Navalha. A imprensa daqui é puxa-saco do governo. O que é bom para o governo sai o que é ruim é escondido, como diria o ex-ministro Rubens Ricupero. Na sua coluna no Jornal Opção Euler de França Belém comenta o caso:
Mais uma vez, a imprensa goiana dormiu no berço esplêndido da tese de que é o sorriso do governo e a cárie da sociedade. Os leitores locais ficaram sabendo do suposto envolvimento de políticos goianos no esquema conhecido como Gautama por reportagem da Folha de S. Paulo, assinada por Andrea Michael. No dia seguinte, os jornais de Goiânia — o Pop está tentando se tornar jornal "de" Goiás — estamparam, sem discrição, a notícia que não havia sido publicada localmente por que não quiseram. Um promotor chegou a dizer a um repórter do Jornal Opção: "Não adianta passar informações sobre poderosos de Goiás. A mídia não publica nada. Só divulga quando repercute em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro". As palavras do promotor são muito ruins para todos nós, jornalistas. Em Goiás, a tradição é a seguinte: os jornais querem agradar primeiro o governante-chefe e em último lugar os leitores. Mesmo quando o governante-chefe não censura os jornais, pagando não para que o elogiem e sim para não publiquem críticas mais, digamos, "duras", os jornais, por um auto-censura introjetada ao longo de muitos anos, se acomodam e não publicam tudo sobre os fatos. Há sempre o desejo de agradar. No Estado, sobra governo e falta iniciativa privada. Liberalismo e neoliberalismo, embora discutidos nas universidades e mesmo na mídia, são piadas na periferia do capitalismo, onde viceja, como fato quase eterno, a vontade estatista.
Mais uma vez, a imprensa goiana dormiu no berço esplêndido da tese de que é o sorriso do governo e a cárie da sociedade. Os leitores locais ficaram sabendo do suposto envolvimento de políticos goianos no esquema conhecido como Gautama por reportagem da Folha de S. Paulo, assinada por Andrea Michael. No dia seguinte, os jornais de Goiânia — o Pop está tentando se tornar jornal "de" Goiás — estamparam, sem discrição, a notícia que não havia sido publicada localmente por que não quiseram. Um promotor chegou a dizer a um repórter do Jornal Opção: "Não adianta passar informações sobre poderosos de Goiás. A mídia não publica nada. Só divulga quando repercute em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro". As palavras do promotor são muito ruins para todos nós, jornalistas. Em Goiás, a tradição é a seguinte: os jornais querem agradar primeiro o governante-chefe e em último lugar os leitores. Mesmo quando o governante-chefe não censura os jornais, pagando não para que o elogiem e sim para não publiquem críticas mais, digamos, "duras", os jornais, por um auto-censura introjetada ao longo de muitos anos, se acomodam e não publicam tudo sobre os fatos. Há sempre o desejo de agradar. No Estado, sobra governo e falta iniciativa privada. Liberalismo e neoliberalismo, embora discutidos nas universidades e mesmo na mídia, são piadas na periferia do capitalismo, onde viceja, como fato quase eterno, a vontade estatista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário