sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Promotor ameaça autuar Buratti por falso testemunho

Por Fausto Macedo e Ricardo Brant
no Estado de São Paulo

O empresário Rogério Buratti poderá ser autuado em flagrante por falso testemunho se negar à Justiça o que declarou em agosto de 2005 à polícia e ao Ministério Público sobre o suposto envolvimento do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) com a máfia do lixo de Ribeirão Preto. A advertência foi feita ontem pelo promotor Aroldo Costa Filho, da força-tarefa que investigou a segunda gestão Palocci na Prefeitura de Ribeirão (2000-2002).Buratti acusara Palocci de ter recebido mensalão de R$ 50 mil. Com base nisso, a promotoria fez a denúncia, atribuindo ao ex-prefeito autorização de aditamentos irregulares ao contrato de coleta de lixo, e incluiu o empresário no rol de testemunhas.Em junho, porém, Buratti retratou-se em declaração registrada em cartório. “Se ele confirmar a retratação quando for ouvido em juízo, pode ser preso em flagrante e processado por falso testemunho, sujeito a até 4 anos de reclusão”, disse Aroldo.O promotor destacou que Palocci não estava sob investigação. “A partir das informações de Buratti conseguimos provas importantes. Foi ele que indicou o caminho espontaneamente. Não houve pressão. Sem ele seria impossível encontrar as provas que incriminavam Palocci.”“É nulo de origem o ato que os promotores praticaram”, rebateu o advogado de Buratti, Roberto Telhada. “Meu cliente foi coagido. Por isso fez acordo para denunciar o ministro. A retratação vale sim.”José Roberto Batochio, que defende Palocci, irritou-se com a afirmação do delegado Benedito Valencise, de que a retratação é falcatrua. “Causa surpresa e indignação o açodamento com que certas pessoas estão lançando juízo de valor sobre situações que desconhecem. Adjetivar de forma grosseira fato que contraria suas expectativas não é atitude equilibrada.”

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