quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Queimem tudo até a última ponta

Marcelo D2 criou a maior polêmica no final da década de 1990 com as músicas cantadas pelo seu grupo Planet Hemp. Era apologia da maconha. Tocava muito nas rádios e a MTV, com seu jeitinho libertário dentro da lata norte americana que a envolve, mostrava seus clipes. Lembro de uma das músicas de D2: Eu canto assim porque eu fumo maconha... E assim ia. Deu muita polêmica. Os caras chegaram a serem presos, mas o também emaconhado Fernando Gabeira conseguiu aliviar a barra.
Com o passar do tempo D2 foi vendo que esse negócio de "cantar assim porque fuma maconha" não dava mais o que tinha que dar. Ele mudou. Passou a tocar alguma coisa que não sei se é samba ou hip-hop. Vai ver, por cantar tanto assim porque fumou maconha tenha determinado esta divisão. Ou eu não saquei o ritmo de D2 porque sou assim e não fumo maconha.
Mais de dez anos depois da polêmica do Planet Hemp, muita gente fala da erva do capeta na maior tranquilidade. Tem até Marcha da Maconha. Daqui a pouco os maconheiros conservadores vão fazer a Marcha da Família com Deus pela maconha. Nossa, ainda bem que a única droga que eu uso é Coca Cola.
Pessoas importantes não se sentem mais constrangidas ao falar da canabis. Dias atrás foi a vez de Fernando Henrique Cardoso dizer que defender a descriminalização da maconha. Quando li a notícia pensei nas coisas que ele fez durante os oito anos que esteve no Palácio do Planalto. O que será que ele fez depois de dar um tapinha na pantera? Sei lá.
Hoje os sites de notícia informam que o ministro do Meio Ambiente Carlos MInc defendeu a descriminalização da erva. Pois é. Para o ministro, o jeito é queimar tudo. Como cantarolava Marcelo D2: queimando tudo até a última ponta.
D2 não precisa mais relembrar o seu início de carreira. Para quem tem FHC e Minc como defensores da maconha pode esperar o que mais? Que queimem tudo até a última ponta

Um comentário:

Anônimo disse...

Podem fazer o trio ternura dos emaconhados.