sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sarney faz que nem Lula, culpa a mídia

Por Valdo Cruz e Simone Iglesias
na Folha

Acuado por novas acusações, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ser vítima de uma "campanha midiática" e relacionou pela primeira vez a atual crise a seu apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em solidariedade, Lula saiu mais uma vez em defesa do aliado, numa estratégia deliberada para tentar evitar a queda do senador.Em reunião reservada, Lula disse à sua equipe que a ordem é "tentar segurar" Sarney no comando do Senado. Segundo um assessor, a renúncia ou até mesmo um pedido de licença seria "péssimo" para o governo no momento.Para ajudar Sarney em sua guerra pela sobrevivência política, Lula vai conversar nos próximos dias com líderes governistas e passar sua orientação de montar uma blindagem em torno do senador.Desde sua posse em fevereiro, Sarney enfrenta uma crise que já levou ao afastamento de dois diretores-gerais da Casa (Agaciel Maia e Alexandre Gazineo) e revelou esquemas de atos secretos, contratos irregulares e pagamento indevido de horas extras.Em defesa do presidente do Senado, Lula afirmou ontem que ele não deve ser afastado do cargo porque foi eleito pelos colegas, e disse mais uma vez não concordar que, num país com "coisas importantes para fazer", as pessoas fiquem um mês "tratando de coisas menores". Ele defendeu ainda o afastamento de Agaciel enquanto durarem as investigações.Ontem, Sarney foi obrigado a divulgar nota para se defender da acusação, publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", de que seu neto José Adriano teria sido beneficiado em operações de intermediação de crédito consignado no Senado.Sarney diz que os esclarecimentos dados por seu neto, que nega ter sido favorecido nas operações, mostram a "verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me, na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula". Leia mais aqui.

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