sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sob pressão, Temer recua, e plenário vai decidir cota aérea

Por Maria Clara Cabral
na Folha

Diante da pressão dos colegas, o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), anunciou que vai passar ao plenário a responsabilidade de decidir sobre a restrição do uso da cota de passagens aéreas. Um projeto de resolução sobre o assunto deve ser colocado em votação já na próxima terça-feira.A mudança de posição aconteceu após uma série de críticas de deputados de todos os partidos. No dia anterior, Temer havia anunciado medidas que entrariam em vigor por meio de um ato da Mesa Diretora -que não precisa passar por votação no plenário, mas ele mudou de ideia. "Vocês viram que deu confusão. O Senado fez por projeto de resolução. Se não fizermos, fica ruim. É melhor para dar legitimidade", disse.A principal crítica dos deputados foi feita em cima do anúncio de que familiares de congressistas não poderiam mais usar a cota aérea. "Ao proibir-se as passagens para os cônjuges, pretende-se que essa seja uma Casa de celibatários", afirmou o deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB).Com o projeto sendo votado pelo plenário, qualquer mudança pode ser feita por meio de emendas. A opinião de alguns líderes partidários é que ao menos a parte que restringe a passagem para parentes deve ser flexibilizada. "Não posso mais trazer minha filha para dormir comigo? Eu acho que o plenário derruba a resolução parcialmente", disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).No projeto de resolução devem constar ainda todos os pontos já anunciados por Temer, como a redução de 20% do valor das cotas, a extinção anual das sobras de créditos e a divulgação na internet dos gastos com as passagens. Além disso, pelo texto, viagens internacionais e de assessores só poderão ser feitas se tiverem relação com o mandato e mediante prévia autorização do terceiro-secretário, outro ponto que foi fortemente criticado. "Sempre que criam um pai para ficar avaliando é um problema", disse Beto Albuquerque (PSB-RS). Leia mais aqui.

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