quinta-feira, 23 de abril de 2009

Outro suposto filho de Lugo aparece e escândalo abre crise política

Por Lourival Sant'ana
no Estadão

A situação do presidente do Paraguai, o ex-bispo Fernando Lugo, complicou-se ontem, com o aparecimento de mais um filho atribuído a ele - o terceiro em duas semanas - e a versão da existência de uma lista de seis outras mulheres que ainda vão reivindicar a paternidade dele sobre suas crianças. À medida que os escândalos de paternidade em série se alastram, a oposição prepara uma ação criminal por "estupro" contra o presidente, e seu vice, o liberal Federico Franco, ameaça romper com ele.Damiana Morán, de 39 anos, militante de esquerda como Lugo, afirmou ontem ter um filho de 1 ano e 4 meses com o presidente. Ao contrário das outras duas mães, no entanto, ela disse que não entraria com ação de reconhecimento da paternidade nem exigiria pensão alimentícia. "Não preciso de ajuda", disse Damiana, dona de uma creche.Segundo ela, Lugo não sabia, até segunda-feira, quando ela o procurou, que era pai de seu filho. Ela diz que decidiu divulgar o fato "em nome da verdade", depois do surgimento de outros casos, e de ter tido conhecimento da lista de seis outras mulheres que reivindicariam o reconhecimento da paternidade de seus filhos por Lugo. A lista não incluiria Damiana nem as outras duas mulheres que já afirmaram ter tido filhos com o presidente. Segundo Damiana, o advogado de Lugo, Marcos Fariña, disse-lhe que o presidente reconheceria a paternidade de seu filho.Lugo, de 57 anos, foi bispo de San Pedro até janeiro de 2005, quando o Vaticano aceitou sua renúncia. Mas continuou como sacerdote até dezembro de 2007, quando deixou a batina para se lançar à presidência.A camelô Benigna Leguizamón, de 27 anos, entrou ontem com ação de reconhecimento de paternidade contra Lugo na Vara da Infância e da Adolescência de Ciudad del Este. Benigna reuniu-se na terça-feira em Assunção com Fariña, que lhe propôs fazer os exames de DNA "em privado". Ela recusou, temendo "manipulação" dos resultados. Seu advogado, Seong Je-park, pediu a realização de dois testes, um no Paraguai e outro no Brasil, para confrontar os resultados. Leia mais aqui.

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