sábado, 28 de fevereiro de 2009

Trabalhar para cacete

Sempre que posso assisto ao programa Pontapé Inicial da ESPN-Brasil. Começa as 10 e termina ao meio dia. Mistura esportes com cultura. Recomendo.
Foi assistindo a este programa que fiquei sabendo que a revista Brasileiros fez uma entrevista com Muricy Ramalho. Sexta feira passei pela banca de revistas que fica no Extra e comprei um exemplar da revista.
A capa mostra Muricy com um capacete de pedreiro e o título da capa é: “Um trabalhador dos gramados”. O técnico do São Paulo fala da sua infância, da sua carreira de jogador e como se tornou técnico. Acham que Muricy é marrento? Ele fala que Telê Santana e José Poy eram muito mais. Este último chegava a bater nos jogadores quando não atuavam bem nas quatro linhas. Mas, apesar da dureza de Telê e Poy, Muricy reconhece que os dois influenciaram e muito sua carreira de treinador.
É uma entrevista muito boa. Não conhecia a revista até então. E ela publicou os palavrões ditos pelo técnico durante a entrevista. Não sei se ela faz isso sempre. Comprei a revista só porque o melhor técnico do Brasil estava na capa.

Eu me fecho e trabalho para cacete. Não desanimo, porque eu tenho uma coisa: eu sou melhor na derrota, quando o cara me pressiona, eu sou melhor, e sou pior para a pessoa me enfrentar. Aí, meu filho, não queira me enfrentar quando eu estiver perdendo porque é ruim, é pior.

Muricy Ramalho tem razão. Em todos os anos que ele esteve treinando o São Paulo passou por momentos difíceis e sempre terminava a temporada campeão. Lembro da derrota para o Internacional na final da Libertadores em 2006. Eu também fiquei arrasado. Mas o São Paulo procurou focar no Campeonato Brasileiro que não vencia há tempos. Fomos tetracampeões. Quem diria que o time que saia cabisbaixo depois de ser derrotado na final da Libertadores levantaria o caneco do Brasileirão no final do ano?
Em 2007 foi a mesma coisa. Perdemos o Campeonato Paulista para o São Caetano. O placar: 4 x 1. O time também saiu cabisbaixo. No Brasileirão o time não engrenava. Mas Muricy provou mesmo que é melhor na derrota. Outra vez campeão e com a defesa menos vazada.
E o que dizer do ano passado? No começo do segundo turno do Brasileirão, quando o São Paulo perdeu para o Grêmio e estava 11 pontos atrás do líder (que era o próprio Grêmio) muita gente já não acreditava no time de Muricy. Eu mesmo escrevi aqui várias críticas ao São Paulo. Mas, em dezembro, eis que o São Paulo, pela sexta vez e terceira consecutiva conquistava o título de Campeão Brasileiro.
É isso aí! Não pode desanimar. Tem que trabalhar duro mesmo, “para cacete”. E trabalhar mais ainda quando é pressionado, quando poucos acreditam no seu trabalho.

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