quarta-feira, 12 de março de 2008

'Mãe do PAC' revive passado, e chora

Por Gerusa Marques
no Estado de São Paulo

Um dos nomes testados pelo presidente Lula para 2010, apelidada por ele de “mãe do PAC”, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que já levou o título de dama de ferro do governo, chorou ontem ao participar no Congresso de uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O momento de maior emoção foi quando ela cumprimentou Terezinha Zerbini, companheira de oposição ao regime militar (1964-1985).Dilma disse que conheceu Terezinha na década de 70, no Presídio Tiradentes, onde as duas estiveram presas, no governo militar. “Ela mostrou imensa solidariedade em alguns momentos, quando recebíamos algumas visitas não muito agradáveis”, disse a ministra.Fora do presídio, lembrou a ministra, Terezinha atuou no movimento feminino contra a ditadura e participou da luta pela anistia política. “Lembro do compromisso de Terezinha com o Brasil e da imensa dedicação ao nosso país”, disse. “Me sinto muito honrada em participar desta homenagem”, completou a titular da Casa Civil, sem conseguir conter o choro.
APELIDO
A emoção pública da ministra veio cinco dias depois de ter sido batizada pelo presidente, durante visita a favelas do Rio, como a “mãe” do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dilma adotou ontem o novo título, dizendo que ele simboliza seu papel de coordenadora do projeto.“Tanto nos momentos difíceis, quando diziam que o PAC era uma pirotecnia, quanto nos momentos bons do PAC, quando as obras saem, a responsabilidade é da coordenação”, salientou a ministra, depois de participar da cerimônia. Nesse sentido, explicou Dilma, “o presidente foi muito feliz”. “Para o melhor ou para o pior, eu sou a mãe do PAC.”A titular da Casa Civil negou mais uma vez, porém, que seja pré-candidata à Presidência. “Já falei muitas vezes que não sou candidata e vou reiterar isso.”

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