sábado, 8 de março de 2008

Eles não se arrependem

Será que a gente é que é diferente
Será que os outros são tão iguais
Honestidade é marca da gente
Ser diferente é bom até demais


Esta musiquinha embalou muitas propagandas políticas do PT aqui em Goiás. Eu a ouvi pela primeira vez quando os cara-pintadas estavam nas ruas pedindo a saída de Fernando Collor de Melo. Naquela época o PT era o guardião da ética na política. Lula e seus companheiros apareciam na televisão criticando a República de Alagoas, prometendo que, se eles chegarem ao poder, nunca fariam o que estava sendo feito. Até a imprensa era elogiada pelo petismo. As denúncias que colaboraram para a saída do Playboy de Alagoas foram divulgadas pela imprensa. Naquela época a imprensa não era golpista. Naquela época Paulo Henrique Amorim não defendia a tese de que a Rede Globo queria dar o golpe em Lula. Os petistas batiam no peito e diziam que, se um dia chegassem ao poder, nunca fariam o que estava sendo feito. A galera sonhadora amava aqueles discursos. Lula, sabendo disso, botava mais lenha na fogueira.
E finalmente os “diferentes” chegaram lá. Lula chegou lá. E o que nós vimos? Roubalheira, caixa 2, mensalão, propina... Tudo o que o PT negou foi praticado. Como disse Paulo Betti: “Na política tem que enfiar a mão na merda mesmo”. O PT enfiou e gostou. E eles não se arrependeram dos crimes cometidos. Lula não sente um pingo de arrependimento pelo caixa 2, pelo mensalão, pela roubalheira, pelos apertos de mão de políticos que um dia já foram massacrados pelo petismo. Com Lula no poder vimos o ressurgimento de canalhas como o próprio Fernando Collor de Melo, Jader Barbalho, Paulo Maluf e tantos outros dinossauros.
Sim, eles não se arrependem. Silvinho Pereira era secretário do PT. Ele dividia os cargos no governo. Ele recebeu um jipe Land Rover da empresa GDK. Sim, ele reconhece que errou. Mas não se arrepende. Veja o que ele disse: O principal erro foi ter entrado na vala comum, os crimes eleitorais, né? Não deve ter existido um único partido político no Brasil, nem hoje, que não tenha feito uso de instrumentos de caixa dois. Os petistas não sentem vergonha do mensalão. Os petistas não sentem vergonha da roubalheira que praticaram. Os petistas se consideram políticos comuns, que não mereciam passar pelo que passaram em 2005 quando o mensalão veio à tona. Eles estão pouco se lixando para os discursos éticos e puros de um passado não muito distante. Eles não se importam mais com a musiquinha que embalou protestos. Vai ver nem eles se lembram do que falaram em 1992 quando comandaram as manifestações contra Collor. Eu lembro. Eu lembro dos discursos éticos de Lula, de José Dirceu, de José Genoino. Os petistas mensaleiros sempre diziam que nunca fariam o que estava sendo feito porque eles eram diferentes. Agora que seus crimes se tornaram públicos eles falam que são iguais a todo mundo. Até quando nós vamos continuar acreditando neste discurso mole? Até quando vamos dar mais uma chance para Lula, José Dirceu, José Genoino, Silvio Pereira, Delúbio Soares? Já que eles são iguais a todos os políticos, vamos tratar na mesma intensidade que tratamos Collor em 1992, Maluf quando o escândalo dos precatórios veio à tona e Barbalho quando o roubo da Sudam foi descoberto. Vamos atirar ovos e tomates na cabeça deles. Se eles são iguais a todos os políticos ladrões vamos fazer isso com toda a força.

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