quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Prédio novo vira caça-votos de deputados

Por Maria Clara Cabral
na Folha



Na corrida para presidir a Câmara, Sandro Mabel (PR-GO) e Marco Maia (PT-RS) apresentaram propostas que podem pesar no bolso do contribuinte, como a construção de novos anexos na Casa, com previsões de gastos de cerca de R$ 74 milhões apenas neste ano.
Segundo Mabel, se eleito no próximo dia 1º de fevereiro, as obras terão início no mesmo dia. "Vocês já viram um gabinete de um senador? Cabem ao menos cinco deputados. Vocês acham que é justo?", disse.
Marco Maia usou a mesma proposta para convencer o PTB a apoiá-lo. Prometeu ainda que, caso eleito, Nelson Marquezelli (PTB-SP) comandará as negociações sobre as construções.
A promessa de aumentar a estrutura da Casa é antiga, foi apresentada por Arlindo Chinaglia (PT-SP) em 2007. Na previsão orçamentária deste ano constam a ampliação do anexo 4, para gabinetes, por R$ 47,9 milhões, e a construção do 5º anexo, por R$ 26,1 milhões, para biblioteca e museu.
Não ficou claro nas promessas dos candidatos quais dos anexos eles defendem.
O argumento deles é que o projeto inicial do Congresso foi pensado para 432 gabinetes, não comportando os atuais 513 deputados. O dinheiro, segundo a assessoria, sairia da venda da folha de pagamento da Casa, feita em 2007, que já contabiliza R$ 270 milhões.
Outra promessa feita por Mabel é garantir critérios permanentes para a remuneração dos congressistas, vinculando-a à dos ministros do Supremo. O candidato não conta com apoio nem de seu próprio partido.
Marco Maia, candidato oficial de Dilma Rousseff, já conta com 21 das 22 legendas -faltando apenas o PSOL.

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