sábado, 27 de março de 2010

Eles não mudam

Em 1998, o então governador de São Paulo e candidato a reeleição Mário Covas (PSDB) enfrentou uma greve de professores comadada pelo PT. Lembro muito bem da imagem dele com cabelos curtos por causa das sessões de quimioterapia enfrentando literalmente a ira dos professores petralhas. Os seguranças tentavam proteger Covas. Os professores atiravam tudo que tinham nas mãos ou que achavam nas ruas. Dias depois deste ato, o então presidente do PT José Dirceu (PT), numa manifestação com estes mesmos professores grevistas, disse: Eles vão apanhar nas ruas e nas urnas. O "eles" que Dirceu se referia era o grupo de Mário Covas. Como todos nós já sabemos Covas foi reeleito, mas não pode completar seu mandato a frente do governo paulista porque morreu de câncer no início de 2001. Dirceu foi para a Casa Civil em 2003, depois da eleição de Lula, e teve que sair dois anos depois porque o esquema de corrupção montado por ele foi revelado.
Estamos em 2010 e outras vez professores petralhas tocam o terror em São Paulo. A sindicalista Maria Izabel disse ontem que o protesto dos professores tinha como objetivo quebrar a espinha dorsal do PSDB e de José Serra. Em 1998 tínhamos Dirceu atiçando os mais exaltados. Agora, em 2010, nós temos Maria Izabel. Ela estava anteontem abraçando Dilma Rustoff.
Passa ano entra ano e ele não mudam. Querem bater nas ruas e nas urnas, querem quebrar a espinha dorsal dos adversários. São brutamontes travestidos de educadores. Pobres alunos que tem professores assim. Mas a pesquisa DataFolha (ver post logo abaixo) mostra que a espinha dorsal de José Serra está mais forte que a de Dilma Rustoff. Maria Izabel terá que aterrorizar mais um pouco para agradar a chefa. Terá que conclamar seus cupanheros a bater neles nas urnas e nas ruas. Mas a história mostra que quem opta por este lado extremista da história sempre sai perdendo.

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