sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Geração Mensalão

Dilma Rostock e Michel Temer estão sendo diplomados neste momento. Ela, presidente da República. Ele, vice-presidente. Imagino quantos esquerdistas estão comemorando. José Dirceu mesmo disse dias atrás que a chegada de Dilma ao poder era a chegada da Geração de 1968 ao poder. Geração de 1968? Sim, tem gente que acredita nesse bando de velhos que ainda se acham jovens. Nunca cresceram e nem dão pinta de que vão crescer.

Esta Geração de 1968 foi abordada outra vez pela imprensa quando Lula chegou ao poder. Chefiados por José Dirceu, os eternos guerrilheiros che-guevarianos, os eternos tropicalistas, aqueles que pichavam muros nas décadas de 1960 e 1970 estavam ocupando democraticamente (apesar deles nunca acreditarem que um dia chegariam ao poder pela democracia) o Palácio do Planalto. O mesmo palácio que um dia abrigou militares que perseguiam a Geração de 1968, naquele dia, era ocupado pelos sempre perseguidos. Muitos confetes caíram nas carecas dos sempre revolucionários. Muitos discursos apaixonados revivendo aqueles anos de chumbo. Aposto que José Dirceu tinha certeza que depois da chegada do torneiro mecânico ao poder o próximo seria ele, o primeiro líder estudantil. Mas...

A Geração de 1968 foi destruída em um único ano e por uma única pessoa: Roberto Jefferson. Ele, o malandrão da política brasileira que virou aliado de Lula, denunciou o esquema de corrupção que detonaria uma geração inteira. Foi caindo um a um: José Dirceu, Antônio Palocci, Silvio Pereira, Delúbio Soares...
Vimos que aqueles rebeldes cabeludos faziam as mesmas coisas que os seus inimigos. Vimos que aqueles que batiam no peito dizendo serem mais éticos que todos na política perderem a compostura. E quem denunciou tudo isso? Roberto Jefferson, o mesmo picareta que defendeu Fernando Collor de Melo quando este era acusado de se beneficiar de um esquema de corrupção e ser duramente criticado pela mesma Geração de 1968. Interessante, não? Os puros da política brasileira não se envergonharam em se aliar com picaretas, com pessoas cujo passado político não era dos melhores.

Veja Dilma Rostock e Michel Temer. O vice-presidente eleito representa o que há de mais podre no PMDB. Representa o PMDB do balcão de negócios que não pensa em resolver os problemas do Brasil e sim nos ministérios por onde correrão rios de dinheiro e potes de mel são encontrados atrás de todas as portas. A Geração de 1968 chega ao poder do lado do que há de mais podre na política. Dilma nem terminou de organizar seu ministério e nós vemos a cada edição dos jornais a fome por mais cargos no primeiro, segundo, terceiro escalões. 

Eu vou rir muito no dia 1º de janeiro de 2011. Vai ter muito jornalista narrando a posse da nova presidente e lembrando da Geração de 1968. Que geração é essa? Que são esses velhos que chegam ao poder de braços dados com raposas da política brasileira? Enquanto os bobalhões lembrarão da turminha que infernizou estêpaiz em 1968 eu vou vê-los como a Geração Mensalão. A geração de 1968 somada com o PMDB do Michel Temer. E esta mistura só pode dar em escândalo, crise política e paralisia nacional. O sonho acabou, amigos. Voltemos a dura realidade!

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